Noutro dia em uma de nossas
postagens, comentamos as boas relações que estão sendo mantidas entre o novo
Prefeito e o atual Governador, pelo menos no âmbito administrativo dessa cidade.
Ambos estão interessados em resolver seus problemas de diversas ordens. No campo urbanístico, por exemplo, enquanto o Prefeito parte para fazer uma Nova
Barra, como se está a dizer, o Governador segue na direção da nossa Baixa dos
Sapateiros.
Duas importantíssimas obras para
Salvador, a primeira com uma importância turística das mais significantes, além
naturalmente, do prazer que vai proporcionar às pessoas que vivem nesta cidade.
Um dos trechos da nova Barra
A segunda, de um cunho socioeconômico extraordinário. A Baixa dos Sapateiros
foi o primeiro centro comercial da cidade ainda ao tempo da Rua Chile, contudo com
características diferentes: a Dr. Seabra como é também conhecida, sempre foi voltada para o
comércio mais popular.
As modificações da Baixa dos Sapateiros
Como se sabe, a Rua Chile se
acabou em termos de comercio de moda quando se inaugurou o Shopping Iguatemi.
Ninguém mais foi à bela rua. Hoje é uma rua de “passagem” e
quem anda por ela o faz às pressas, desde que se tornou até perigosa.
Contribuiu para a sua degradação, um incêndio em um dos seus maiores
prédios e no local se fez um horrível terminal de ônibus.
Terminal de ônibus em meio à Rua Chile
Lembremo-nos um pouco dela. Foi inaugurada com esse nome em 1902 em homenagem ao Chile. Na oportunidade, uma bela nau desse País, veio buscar os restos mortais de três componentes da embaixada desse País que morreram em Salvador em razão de uma epidemia. Fez-se uma grande festa. E a antiga Rua do Passeio mudou o nome para Rua Chile.
Rua Chile daqueles tempos ou próximo deles
De relação à Baixa dos Sapateiros, o mesmo destino ou até pior iria ocorrer com a mesma. Hoje, cerca de 40% de suas lojas se acham fechadas e a cada dia o seu comércio sofre com a queda das vendas.
Antiga Baixa dos Sapateiros ainda ao tempo dos bondes
Claro que vamos aproveitar a oportunidade para mostrar a Baixa dos Sapateiros de hoje com suas lojas se fechando:
Ao tempo dos cinemas de rua, desde que ainda não existiam os atuais shoppings com suas inúmeras salas, a Baixa dos Sapateiros possuía três cinemas: Aliança, Pax e Jandaia. Vejam o estado em que se encontra o então grande cinema Jandaia:
Lojas se fechando
Ao tempo dos cinemas de rua, desde que ainda não existiam os atuais shoppings com suas inúmeras salas, a Baixa dos Sapateiros possuía três cinemas: Aliança, Pax e Jandaia. Vejam o estado em que se encontra o então grande cinema Jandaia:
Ruínas do antigo Cinema Jandaia
Agência do Bradesco Baixa dos Sapateiros- Antigamente no local funcionava o Cinema Aliança
Da mesma forma como fizemos com a Rua Chile vamos contar um pouco da história da Baixa dos Sapateiros.
Primeiramente a origem de seu nome. Diz-se que teria sido chamada Baixa dos Sapateiros em razão da instalação no local de uma fábrica de sapatos por imigrantes italianos. Não se sustenta! Eram muitos os sapateiros instalados nas proximidades, principalmente no Taboão. Ainda existem alguns. Prova disso é que o comercio desse local é bastante inclinado para artigos de couro e suas variantes modernas de plástico, caracterizando suas origens.
Outra curiosidade sobre a verdadeira Baixa dos Sapateiros ou como queiram, sobre a primeira Baixa dos Sapateiros - era a sua verdadeira localização na atual Ladeira do Taboão ou Rua do Taboão. Ao final do século XIX a Avenida José Joaquim Seabra - Baixa dos Sapateiros - não existia. No local passava o Rio das Tripas, afluente do Rio Camarogipe ou Camorogipe como se costuma falar. Pouco tempo depois o Rio das Tripas foi tubulado a uma profundidade de 7 metros e se fez uma rua. Chamava-se Rua das Hortas porque no local existiam diversas hortas. Esta rua também era chamada de Rua da Vala por abrigar uma grande vala por onde desaguava o Rio das Tripas. Nada de Baixa dos Sapateiros! A verdadeira, segundo muitos, fervilhava há muito tempo numa transversal da Rua da Vala em direção ao Comércio e ao Pilar onde funcionava o Cais Dourado, onde a cidade vibrava no máximo esplendor.
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