Certa feita, escrevemos que de mar entendem os iatistas. Na oportunidade, tratávamos justamente de estaleiros. Qual o melhor lugar de implantá-los!
No caso do porto de Salvador ao tempo da decisão sobre onde instalá-lo, na falta dos iatistas, os saveiristas do Cais do Ouro poderiam opinar com precisão e, certamente, diriam eles que o melhor local seria aquele a partir do próprio Cais do Ouro em direção a São Joaquim. Claro que não diriam “incluso Cais do Ouro” por questões óbvias de sobrevivência e manutenção de suas próprias atividades.
E estariam certos! Teria sido evitado o grande erro de construção do porto de Salvador a partir de onde ele efetivamente começa, isto é, em frente à antiga Alfândega, hoje Mercado Modelo.
No caso do porto de Salvador ao tempo da decisão sobre onde instalá-lo, na falta dos iatistas, os saveiristas do Cais do Ouro poderiam opinar com precisão e, certamente, diriam eles que o melhor local seria aquele a partir do próprio Cais do Ouro em direção a São Joaquim. Claro que não diriam “incluso Cais do Ouro” por questões óbvias de sobrevivência e manutenção de suas próprias atividades.
E estariam certos! Teria sido evitado o grande erro de construção do porto de Salvador a partir de onde ele efetivamente começa, isto é, em frente à antiga Alfândega, hoje Mercado Modelo.
A foto acima é um atestado mais do que evidente da inconveniência técnica da construção de um porto começando justamente em frente a um banco de arreia e recifes onde está assentado o Forte de São Marcelo. A área tem baixíssima profundidade decorrente da irradiação desse banco ao redor. Não entra na cabeça de alguém que entenda um pouco de mar a concepção de um porto nas proximidades. É inacreditável!
Tanto isso é verdade que, os dois primeiros armazéns estão praticamente inativos. Nenhum navio aporta neles. Só a partir do terceiro armazém se vê movimento portuário, propriamente dito, assim mesmo de navios de pequeno calado. O quarto atende melhor a demanda.Vejamos outra foto da mesma área, esta mais abrangente, mostrando os dois quebra-mares:
A linha vermelha procura indicar a entrada de um navio entre os dois quebra-mares. A amarela mostra como o navio sairia desses limites. A linha azul mostra a forma mais garantida de sair. O círculo em torno do Forte São Marcelo indica a provável área de baixa profundidade.
Nos dois primeiros casos (vermelha e amarela), o navio passaria nas proximidades do Forte de São Marcelo e da área ao redor que deve ser rasa. Um perigo!
Outros problemas também existem. Vejamos trecho de um relatório produzido pela Usuport(Associação dos Usuários dos Portos da Bahia):
“Hoje, o terminal possui dois berços de atracação – o cais da Ponta Sul, com 210 metros, e o cais de ligação, com 240 metros –o menor deles equipado com portêineres. Os portêineres são pequenos, limitados a navios panamax; a construção de um armazém do terminal junto ao cais de ligação não permite que este berço de atração seja utilizado para a movimentação de contêineres. Equívocos também teriam ocorridos na construção de prédio administrativo e oficinas na área do terminal próximos ao cais, com impactos na capacidade do terminal”.
Nota- navios panamax são tidos como de tamanho médio.
Por esta razão muitos defendem a tese de que o Porto de Salvador poderia ter sido construído em outro local. Em Aratu, por exemplo. Hoje esse porto tem uma movimentação de produtos exportados maior que o de Salvador, na altura de 60%. Com isto teria sido preservado todo o conjunto de cais então existente e teria se mantido a comercialização de produtos advindos do recôncavo e das ilhas. Os saveiros ainda estariam navegando pela Baia de Todos os Santos. Cometeram um crime com inusitadas matizes de gravidade.
Mas não teríamos o bairro do Comércio como ele hoje é. E não se fariam as avenidas que lhe cruzam. E daí? O legado do Comércio é desastroso para Salvador. É uma área degradada e ainda por cima, essa degradação se estendeu por toda a Cidade Baixa até a península. É um caos geral. O projeto de revitalização do Comércio e demais áreas vai custar bilhões. Vai levar anos para sua concretização.
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