A Praça Visconde de Cayru é pródiga de atrações. Vimos há pouco o Mercado Modelo, o novo. Fica na praça, aos fundos. O antigo também ficava na praça, à esquerda do Elevador Lacerda, que também é da praça. À direita um dos prédios mais tradicionais de Salvador, construído em estilo pombalino, fachada toda revestida de azulejos importados e suas 60 janelas de frente. Tem mais algumas nas laterais. Recentemente foi comprado pela rede dos Hotéis Hilton que fará uma unidade no local, desde que mantenha a fachada atual. Quis derrubá-la. Foi uma luta na Justiça, mas a fachada permanecerá. O hotel perdeu nesse quesito, mas sem querer ganhou nos quesitos arquitetônico e tradição, isto é, ganhou uma coisa que não mais se fará. Foi construído nos fins do século XIX a princípio do século XX. Será uma referência internacional!
Ao centro o atual Mercado Modelo. Nessa época era a Alfândega. Não existia ainda o quebra-mar. À direita da Alfândega vê-se parte do prédio que estamos tratando. Existia outra igual à sua direita, bem ao seu lado. Foi reduzido, ou fizeram outro ou juntaram os dois. A parte aterrada em branco, após os armazéns, era toda ocupada por prédios do mesmo estilo pombalino. Botaram abaixo para a construção das Avenidas da França, Estados Unidos e Miguel Calmon. Há de se reparar ainda, que atrás da antiga Alfândega, existia um armazém. O porto começava ali. Nota-se também os primeiros guindastes. Outra referência interessante é a fileira de pequenos prédios em frente ao atual Mercado Modelo, verticalizados em relação a ele. Em frente a essa fileira de casas, um imóvel de dois andares.
Consequentemente, ainda não existia a Praça Cairu, ou era limitada aos dois conjuntos. Não há citações do que seriam ou abrigavam. Há um bom espaço entre eles, mas sem nenhum equipamento comum às praças.
Aí fizeram a praça. Vejamo-la como era bela:
Já com o monumento em homenagem ao Visconde. Em frente, vê-se o antigo Mercado Modelo, esplendoroso. Três marinetes aguardam passageiros. Ainda não havia sido construído no local o abrigo que virou terminal desse tipo de transporte. As árvores contornando a praça são um grande destaque. Também há de se notar o gramado em torno do monumento. Um jardineiro cuida de seu aspecto, molhando a grama. Um passante de terno branco obedece ao caminho em pedra portuguesa. Com essas mesmas pedras em preto e branco são feitos desenhos geométricos por toda a praça. Postes de ferro trabalhados com luminárias, contornam-na. Puro requinte. Diferente de hoje. Vejam a prova:
Um estacionamento toma toda a sua esquerda. Em frente ao mercado oito fileiras de barracas que vendem artesanato. Em meio delas, quase imperceptível, o monumento ao Visconde de Cayru. Algumas árvores, plantadas desordenamente. À direita o nosso prédio azulejado. Nosso? Não, do Hilton. Em frente o Mercado Modelo. Provas vivas de que se trata da mesma praça, desde que a aparência é totalmente outra. Por via das dúvidas, ao fundo o Forte São Marcelo. Efetivamente, é a mesma praça.Incrível!
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