Casas de Itapagipe? Que importância tem? No caso tem! A grande maioria delas foi construída entre as décadas de 1910 a 1940 quando Itapagipe era considerado o grande balneário de Salvador, belíssima estação de veraneio da capital baiana. Competia com Mar Grande e Itaparica, estas com a dificuldade de sempre, qual seja, a travessia da Baia de Todos os Santos, àquele tempo muito mais difícil do que hoje, desde que ainda não existiam os ferries-boats e nem havia a ligação da ilha com o continente pela Ponte do Funil, ao sul da ilha.
Tudo era transportado em saveiros. A construção de uma boa residência na ilha era um transtorno. Tinham que ser usados os recursos existentes nela própria e estes eram escassos.O resto era levado de saveiro. Quem quisesse ter uma segunda residência, só pensava em Itapagipe para construí-la. Então, os mesmos desejos que hoje movem as pessoas em construir uma casa de praia na Linha Verde, moviam as pessoas daquela época por Itapagipe. E quem eram estas pessoas? Gente da classe média alta que residia na Graça, Barra, Vitória ou no Canela, que já foi um bairro classe A.
Por outro lado, havia o exemplo de governadores e outras autoridades, inclusive eclesiásticas que, no verão, passavam dias em Itapagipe em casas alugadas ou cedidas por seus moradores. Por exemplo, o Solar Marback, era residência de verão dos governadores daquela época. Os arcebispos daquele tempo iam desfrutar das benesses de Itapagipe no Convento da Penha ou no da Boa Viagem. Até Padre Anchieta, muito antes disso, ia descansar na Ponta do Humaitá. Consequentemente, em peso, grande número de pessoas, construiu verdadeiros palacetes em Itapagipe. Mas, palacetes mesmo, na acepção da palavra, inclusive, na maior parte com material importado desde que, àquela época, Salvador não possuía nada. Aqui só tinha o que se pode chamar de básico: pedra, areia, barro, tijolo, cal e cimento, este quando tinha. Quebrava-se o galho com óleo de baleia. O resto vinha de fora. Um simples espelho vinha do estrangeiro. Os azulejos viam de Portugal. Ainda estão por aí. Um móvel, uma simples mesa, também vinha de fora. Lustres, nem é bom falar!De relação a esta falta generalizada, pouca gente sabe que, ao tempo do Império, foi baixado um decreto, proibindo a fabricação de qualquer coisa no Brasil. Tudo tinha que ser importado de Portugal e países amigos. Essa decisão mais do que imperial, exclusivista, em todos os sentidos, prejudicou por séculos a iniciativa privada brasileira. Atrasou-a, sobremaneira! Então, não custou pouco a construção dessas residências que iremos mostrar adiante. Claro! Só algumas delas, desde que a maioria já foi ou demolida ou reformada para pior.
Tudo era transportado em saveiros. A construção de uma boa residência na ilha era um transtorno. Tinham que ser usados os recursos existentes nela própria e estes eram escassos.O resto era levado de saveiro. Quem quisesse ter uma segunda residência, só pensava em Itapagipe para construí-la. Então, os mesmos desejos que hoje movem as pessoas em construir uma casa de praia na Linha Verde, moviam as pessoas daquela época por Itapagipe. E quem eram estas pessoas? Gente da classe média alta que residia na Graça, Barra, Vitória ou no Canela, que já foi um bairro classe A.
Por outro lado, havia o exemplo de governadores e outras autoridades, inclusive eclesiásticas que, no verão, passavam dias em Itapagipe em casas alugadas ou cedidas por seus moradores. Por exemplo, o Solar Marback, era residência de verão dos governadores daquela época. Os arcebispos daquele tempo iam desfrutar das benesses de Itapagipe no Convento da Penha ou no da Boa Viagem. Até Padre Anchieta, muito antes disso, ia descansar na Ponta do Humaitá. Consequentemente, em peso, grande número de pessoas, construiu verdadeiros palacetes em Itapagipe. Mas, palacetes mesmo, na acepção da palavra, inclusive, na maior parte com material importado desde que, àquela época, Salvador não possuía nada. Aqui só tinha o que se pode chamar de básico: pedra, areia, barro, tijolo, cal e cimento, este quando tinha. Quebrava-se o galho com óleo de baleia. O resto vinha de fora. Um simples espelho vinha do estrangeiro. Os azulejos viam de Portugal. Ainda estão por aí. Um móvel, uma simples mesa, também vinha de fora. Lustres, nem é bom falar!De relação a esta falta generalizada, pouca gente sabe que, ao tempo do Império, foi baixado um decreto, proibindo a fabricação de qualquer coisa no Brasil. Tudo tinha que ser importado de Portugal e países amigos. Essa decisão mais do que imperial, exclusivista, em todos os sentidos, prejudicou por séculos a iniciativa privada brasileira. Atrasou-a, sobremaneira! Então, não custou pouco a construção dessas residências que iremos mostrar adiante. Claro! Só algumas delas, desde que a maioria já foi ou demolida ou reformada para pior.
Um abrigo não é uma residência! Mas este foi. Era a residência do industrial baiano João Batista Machado. Em julho de 1887 o atual abrigo foi comprado pelo presidente da província da Bahia para acolhimento de pessoas necessitadas. Reformado e adaptado foi inaugurado em 29 de julho de 1888. No princípio, era chamada de Abrigo de Mendicidade Santa Izabel em homenagem à Princesa Izabel, que esteve no local. Somente em 1943 adotou o atual nome de Abrigo D. Pedro II e é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional. Hoje pertence à Prefeitura que o mantêm.
Área desapropriada
Dado curioso é o que segue. O palacete Martins Catharino também foi mandado construir pelo senhor João Batista Machado, que também morou nele. Tem o atual nome - Martins Catharino - em razão de um casamento entre filhos das duas famílias. O nome MC prevaleceu.
Frontispício do Solar Amado Bahia
Solar Bahia Ramos
Olha o tamanho desta casa!
Bela casa!
Outra!
Muito Bonita! Está bem conservada.
Poucos dias após esta foto, o solar foi posto à baixo. O que será que vão construir no lugar? O Largo da Madragoa seria um espaço tombado? Precisamos ver isto.
Reformaram. Parabens! Aqui teria morado o senhor Oscar Cordeiro
Por sinal, hoje este abrigo está causando a maior polêmica em razão da desapropriação feita pela Prefeitura de toda a área que vai da Calçada ( Rua Barão de Cotegipe) até proximidades do Forte de Monte Serrat. O abrigo encontra-se na área da desapropriação. E daí? Não poderá ser mantido? Pode! E é o que deverá acontecer. Por exemplo, uma futura grande avenida que deverá passar no local, certamente o contornará. O resto são interesses em jogo. A desapropriação foi acertada. Quem a sugeriu deve conhecer Itapagipe. Hoje é pura degradação.
Palacete Álvaro Martins Catharino - Casa Branca
Dado curioso é o que segue. O palacete Martins Catharino também foi mandado construir pelo senhor João Batista Machado, que também morou nele. Tem o atual nome - Martins Catharino - em razão de um casamento entre filhos das duas famílias. O nome MC prevaleceu.
Solar Marback
O solar Marback foi construído na primeira metade do século 19. Tem 1700m2 de área construída e possui 19 cômodos. O imóvel pertenceu à família Marback por mais de 100 anos. Recentemente foi vendido. O primeiro Marback que aportou em Salvador chamava-se Henrique Samuel Marback e era inglês. Ele comprou o solar nas mãos do Barão de Alagoinhas, o que vale dizer que, este imóvel tem mais de 100 anos. O Barão de Alagoinhas chamava-se Francisco Pereira Sodré e teria nascido em Cachoeira em 26 de abril de 1818 e o título de barão lhe foi outorgado em 26 de abril de 1879. O nome Barão de Alagoinhas adveio de uma fazenda que o dito cujo possuía no município de Alagoinhas e que também foi vendida, mais ou menos ao mesmo tempo em que vendeu o solar. Diz-se que o homem precisava fazer réis, as nossas famigeradas e desvalorizadas patacas. Por algum tempo, o Solar Marback serviu como residência de verão do governador da Bahia.
Tres grandes e belas casas ainda no Bonfim
E ai veio a mão do homem...
Na frente tudo bem, mas a lateral é uma miscelânia...
Solar Amado Bahia
Construído em 1901 pelo português Francisco Mendonça, o solar tem dois pavimentos. É uma casa totalmente envolvida de varandas de ferro fundido, importado da Inglaterra. Tem uma escada na lateral direita também de ferro e piso de mármore de Carrara. Seu salão principal é todo revestido de espelhos franceses. Aliás, todo o material de acabamento é importado, como sejam as pastilhas coloridas das varandas; o assoalho de pinho-de-riga; os vidros gravados da França e as peças de louça da Inglaterra. Como se vê, uma autêntica riqueza patrimonial e artística quase abandonada, apesar de já tombada pela União. Mesmo assim, em 1990 o Movimento dos Sem Teto de Salvador (MST),invadiu o referido prédio, que correu o risco de ter sido total ou parcialmente depredado. Achamos que os caras não enxergaram a riqueza que lhes envolviam! Coisa velha, de somenos importância, sem nenhum valor, teriam pensado.
Frontispício do Solar Amado Bahia
Solar Bahia Ramos
Olha o tamanho desta casa!
Bela casa!
Outra!
Muito Bonita! Está bem conservada.
Poucos dias após esta foto, o solar foi posto à baixo. O que será que vão construir no lugar? O Largo da Madragoa seria um espaço tombado? Precisamos ver isto.
Reformaram. Parabens! Aqui teria morado o senhor Oscar Cordeiro
Uma casa toda varandada na Ponta da Penha. Mais adiante, outra com as varandas de hoje.
Dizem pertencer a uma fazendeiro que só a ocupa uma vez por mês. Conserva-a caprichosamente. Achamos que não quer perder à vista à sua frente.Questão de valorização? Não acreditamos! Muito pelo contrário. A área está cada vez mais degradada. Só tem bar e restaurante. Atrás vem as consequências!Ela é uma ilha em meio ao burburinho de muitas coisas ruins.
Casa na Praia do Pôço
Dizem pertencer a uma fazendeiro que só a ocupa uma vez por mês. Conserva-a caprichosamente. Achamos que não quer perder à vista à sua frente.Questão de valorização? Não acreditamos! Muito pelo contrário. A área está cada vez mais degradada. Só tem bar e restaurante. Atrás vem as consequências!Ela é uma ilha em meio ao burburinho de muitas coisas ruins.
O Pôço - A vista que não pode ser perdida!
Enquanto uns conservam outros degradam e desagradam! Reparem a diversidade de estilos. Prevalece uma tendência que se nota atualmente em Itapagipe: a construção de um "pombal" em cima da casa. Uns dizem que é para melhorar a vista. Outros acham que é para enxugar a roupa molhada.
A polêmica Fábrica da Crush - Antes nesses galpões fabricava-se manteiga de cacau.
Começamos lá em cima com o belíssimo Abrigo D. Pedro II que foi residência do senhor Machado e que todos acham que vai ser demolido na ação de desapropriação da área. Não vai! Quem vai ser demolido é o prédio acima, que também está na área. Aliás, é vizinho do abrigo.Perdeu sua função que já foi extraordinária em um determinado tempo.
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