A natação também foi brilhante em Itapagipe, tanto de piscina quanto em mar aberto. Famosa foi a equipe do Clube de Natação e Regata São Salvador entre os anos de 1950 a 1960. Grandes atletas a constituíram: os irmãos Vieira Lopes, Toninho, Luiz e Denize, os irmãos Macedo, Roberto e Denise, as irmãs Magalhães, Silvinha e Lucinha, os irmãos Guta e Hernandes, Hélio Moncorvo, os irmãos Ditinho e Tiduca, os irmãos Gantois, Neide e Cleber, Lindaurinha, Walter Grave, Edmaio Caio, Edson Conceição, os irmãos Tanajura, José Carlos, Vera e Tânia. Afonsinho, Carminha, Carlos Mamede e tantos outros que a memória falha num momento tão importante de relembrar a todos. A lista é enorme! Fica a intenção, a melhor delas.
Clube de Natação e Regat São Salvador
Treinava-se no mar, pois não havia piscina na península. Na semana das provas oficiais, era dado o direito de fazer um treino na piscina do Instituto Normal da Bahia, onde se apreendia a dar voltas, precariamente. Mesmo assim, esta equipe tornou-se campeã baiana por diversos anos.
Estraordinária e bela equipe feminina do São Salvador - Zenice, Denise, Lindaurinha, Silvia, Neyde e Odilma
Foi um tempo maravilhoso. Treinava-se bem cedinho entre a casa do Senhor Chico e o 1º Tamarindeiro que um Noroeste derrubou. Como a maioria morava em frente ao mar, era acordada com pequenas pedras jogadas contra as vidraças das casas. Era feita uma seção de ginástica, após então o grupo nadava centenas e centenas de metros, indo e vindo nos limites citados, no afã de se tornarem grandes nadadores e foram. Ainda hoje, quando encontramos cada um deles, são unânimes em relembrar aquele tempo de uma juventude sadia e bela. Sentimo-nos orgulhosos de ter sido o artífice desse espetáculo de saúde e beleza.
Também em natação chamada de águas abertas, as travessias, Itapagipe forneceu grandes campeões, notadamente Elder Pompilho de Abreu, Walter Dunha da Silva, Manoel Tosta, Ângela Maria de Carvalho, Tristão Nunes Menezes, Cid Mascarenhas. Vencedores e Participantes destacados da Travessia Mar Grande Salvador, patrocinada pelo jornal A Tarde, por iniciativa de Fernando Protásio, redator de esporte desse jornal no ano de 1952, quando se realizou a primeira dessas travessias.
Inicio de uma prova de natação em mar aberto
Antes disso, por volta de 1945 a 1950 foram organizadas diversas travessias em torno da península. A “Volta da Península”, sentido Avenida Beira Mar – Hidroporto dos Tainheiros. Também se fez o mesmo percurso, ida e volta. “Periperí – Penha” – “Ribeira –Porto da Barra”-“Plataforma-Ribeira. Patrocinio do Esporte Clube 2 de Julho e do Flamenguinho de Periperi do ex-vereador Castelo Branco. Enfim, a natação de águas abertas teve inicio em Itapagipe. Hoje é um sucesso em todo o Brasil e os baianos são sempre destaques.
Como fizemos com o remo, façamos com a natação. Um pouquinho de história:
As origens da Natação remontam para lá de 6000 anos antes da civilização egípcia. Os Egípcios nadavam nas águas dos rios e a arte de nadar era importante na educação pública. Na Grécia Antiga, quem não soubesse escrever e nadar era considerado analfabeto. Mais tarde, François Rabelais, filósofo, médico e escritor francês recomendava a prática da Natação para as crianças, na sua obra Gargântua. No século XVIII, a Natação é regulamentada por Luís XIV, rei de França, e sofre um enorme desenvolvimento, sendo rápida a sua divulgação por toda a Europa.
Na Grécia e em Roma os soldados se exercitavam com a natação. Em 1839 o inglês Frederick Cavill, na Austrália, observou os nativos daquela região nadar. Nadavam com as pernas em plano vertical à superfície. Antes se nadava uma modalidade tipo peito. Era uma braçada deste nado executado meio de lado. Mais tarde, passou-se a levar um dos braços à frente pela superfície numa forma que os ingleses chamavam de “single overarm stroke”. Em seguida, começaram a levar os dois braços à frente, um de cada vez. Aí já denominaram de “doublearm stroke”. Até 1893 os pés faziam um movimento de tesoura, para só depois, com nosso amigo Cavill ser adotado o movimento de pernas agitadas na vertical, chamado crawl australiano. Neste estilo, seu filho de nome Richard em 1900, bateu o recorde mundial das cem jardas. Fácil!
A natação como desporto teve inicio no Japão no século XVIII, mas as primeiras provas foram organizadas na Inglaterra em 1837. O primeiro campeonato mundial foi realizado em Sidney na Austrália e se tornou um esporte olímpico em 1896 em Atenas. As disputas não eram em piscinas. Só a partir de 1908 as provas passaram a ser disputadas em piscinas.
A natação foi introduzida oficialmente no Brasil em 31 de julho de 1897, quando os clubes Botafogo, Gragoatá, Icaraí e Flamengo fundaram no Rio a União de Regatas Fluminense que foi chamado mais tarde de Conselho Superior de Regatas e Federação Brasileira das Sociedades de Remo. Em 1898, eles promoveram o primeiro campeonato brasileiro de 1500m. Abrão Saliture foi o campeão em nado livre. Em 1913, o campeonato brasileiro passou a ser promovido pela Federação Brasileira das Sociedades do Remo, em Botafogo. Além dos 1500 m. nado livre, também foram disputadas provas de 100m para estreantes, 600m para seniors e 200m para juniors. Em 1914, o esporte e competições no Brasil começaram a ser controladas pela Confederação Brasileira de Desportos. Somente em 1935, as mulheres entraram oficialmente nas competições.
A natação foi introduzida oficialmente no Brasil em 31 de julho de 1897, quando os clubes Botafogo, Gragoatá, Icaraí e Flamengo fundaram no Rio a União de Regatas Fluminense que foi chamado mais tarde de Conselho Superior de Regatas e Federação Brasileira das Sociedades de Remo. Em 1898, eles promoveram o primeiro campeonato brasileiro de 1500m. Abrão Saliture foi o campeão em nado livre. Em 1913, o campeonato brasileiro passou a ser promovido pela Federação Brasileira das Sociedades do Remo, em Botafogo. Além dos 1500 m. nado livre, também foram disputadas provas de 100m para estreantes, 600m para seniors e 200m para juniors. Em 1914, o esporte e competições no Brasil começaram a ser controladas pela Confederação Brasileira de Desportos. Somente em 1935, as mulheres entraram oficialmente nas competições.
Por último, uma curiosidade. É sabido que muitos dos mamíferos nadam. A maioria! A sua natação é denominada de Padrão Mamífero e seus princípios básicos são: cabeça fora d’água, braços (patas posteriores) em leve flexão (realizando um movimento parecido como se estivesse pedalando). Este nado, no Brasil, é chamado de “cachorrinho”. As pessoas que não sabem nadar ao se verem em apuro, tentam nadar uma espécie de “cachorrinho”. É o instinto animal!
Tenho orgulho de também fazer parte da natação em Itapagipe, pois treinando no Clube de Regatas Itapagipe em 1996, conheci os grandes campeões de águas abertas Ângela Maria de Carvalho, Cid Mascarenhas e Walter Dunha da Silva.
ResponderExcluirAlem de conhecê-los, tive a honra de estar ao lado de Américo Matta, Anderson Vidal, Edson Ramos, Jardiel Luquine, Roberto Macedo e Walter Dunha da Silva, representando a natação Itapagipana, na XXXIV Travessia a nado Mar Grande / Salvador, em 22 de dezembro de 1996, onde nadei no estilo borboleta, e até hoje sou o único homem a atravessar a baia de Todos os Santos neste estilo, motivo pelo qual, consegui incluir meu nome no Guinness Book de 1998.
Juvenal Barreiro