terça-feira, 17 de novembro de 2009

FEIRA DE SÃO JOAQUIM – 1ª PARTE

Ninguém segura o povo! É um dito conhecido. Dias após o incêndio da Feira de Água de Meninos, os barraqueiros foram se instalando nas proximidades da Enseada do São Joaquim. Não havia como segurar. Da mesma forma que na Água de Meninos, essa instalação se fez de forma desordenada, por vezes, até pior que em Água de Meninos. Havia pressa! Urgência! As ameaças de demolição estavam estampadas em todos os jornais. Em uma semana, grande número de barracas estava em pé. Apesar dos temores, não se acreditava que a Prefeitura tivesse a coragem de mandar demoli-las. E quanto maior o número delas maior seria a repercussão.
 
Nesse ponto, é necessário fazermos uma pausa para uma consideração importante. Por duas vezes consecutivas os poderes competentes tiveram a oportunidade de construir um Centro de Abastecimento realmente digno para uma cidade como Salvador.

Primeiramente quando a Feira do Sete se transferui para Água de Meninos. Em seguida, quando esta se dirigiu para o São Joaquim.

Vejam o caso do primeiro Mercado Modelo. Era um lugar digno. Um centro de abastecimento modelar. Há outros exemplos no País, como o Mercado da Cantareira em São Paulo.

Mercado da Cantareira em São Paulo
 
Não vamos muito longe, tomemos o Centro de Abastecimento de Feira de Santana. Modelar! Em dias de Segunda Feira esta cidade se transformava numa feira livre. Gastavam-se milhões para a sua limpeza em dias seguintes, mas sempre ficava aquele cheirinho. Foi ai que na década de 1970 o prefeito José Falcão da Silva resolveu construir o Centro de Abastecimento daquela cidade numa área de 306.600 m2.

Os nossos governantes tiveram duas grandes chances e as perderam. A Feira de São Joaquim, da mesma forma como a de Água de Meninos, não se condizem com a Salvador de hoje, de ontem ou de amanhã. Aliás, não se condiz com nenhuma cidade que se preza. Está para nascer um prefeito que tenha coragem de construir naquele espaço um belo centro de abastecimento, fundos para o mar. Restaurantes panorâmicos. Espaços de venda dignos e convidativos.

Esse problema talvez não seja nem da Prefeitura, ou melhor, não dependa só da Prefeitura. Há interesses outros muito mais poderosos nos quais a Prefeitura tem que se curvar e impede a sua iniciativa.

Esta área pertence à Marinha no contexto geral e às Docas da Bahia, órgão Federal, subordinada possivelmente ao Ministério da Marinha.

Existem outros planos para essa área. A expansão do Porto de Salvador por exemplo. Se a Feira de São Joaquim, da mesma forma como foi o caso da Feira de Água de Meninos, concretizar-se como um “bem” da cidade, algo realmente de peso urbanístico, ficará muito mais difícil a desapropriação. Como está, nem desapropriação terá. É ilegal a ocupação. Está ocupando espaço de terceiros. Então, não se bole nela. Deixa como está para ver se piora. Só tem esta explicação!

A construção de um grande Centro de Abastecimento é quase uma obrigação e não é difícil fazê-lo, contudo, entra governo e sai governo e nada. Não se fala no assunto. Nenhum político toca no assunto. Já a área além da feira formada pela rua Barão de Cotegipe e Avenida Luiz Tarquínio já foram desapropriadas. Houve alguma reclamação partida principalmente dos comerciantes locais, mas não houve um clamor público como certamente haverá em São Joaquim.

Enquanto isto, vamos ver a feira por dentro, do alto, de fora, de todos os lados afim de melhor compreendê-la (nunca aceitá-la).



Do alto - Entre traço amarelo temos a Feira de São Joaquim. É uma área enorme. Tem quase dois quilômetros de comprimento por 8oo metros de largura. Já entre o traço azul, a pequena Enseada de São Joaquim com 2.100 m2.



Enseada do São Joaquim


Bom ancoradouro de saveiros.




Ao fundo o antigo prédio da Petrobrás – Hoje o Centro de Educação Oscar Cordeiro



Animais em cativeiro.




Animais pastando.



Entrada principal (!?)




Uma das ruas


Miscelania!



Especificidade!



Rua do Camarão. Piso de granito! (Só nesta parte) o resto é lama



Iguais a essa tem às dúzias




Esta caprichou no design. Tinha que ser. É de Santa Bárbara.














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