A Feira Livre de São Joaquim teve regulamentada sua ocupação em 12 de outubro de 1964 em acordo assinado entre a Prefeitura de Salvador, Capitania dos Portos, Companhia das Docas da Bahia (Codeba) e o Sindicato dos Feirantes. Foi assinado um Termo de Cessão em caráter provisório por 30 anos. Consequentemente, desde 12 de outubro de 1994, trinta anos após, esta cessão está vencida. A feira volta a ser irregular e o está já por 15 anos.
Coincidência ou não, nos últimos meses, volta-se a se falar na ampliação do Porto de Salvador e, pensando clara e objetivamente, esta ampliação só poderá ocorrer para os lados da feira, isto é de São Joaquim.
Coincidência ou não também, poucos meses atrás, a Prefeitura desapropriou toda a área que vai de São Joaquim até proximidades do Forte de Monte Serrat, uma medida que está dando muito que falar.
Em postagens anteriores, já tecemos diversos comentários a respeito, inclusive expressamos a nossa opinião sobre o assunto. Sinceramente, não achamos que a medida seja uma iniciativa exclusiva da Prefeitura. É muita coisa para ela! Afirmamos até que, possivelmente, órgãos federais, devam estar por trás da iniciativa de desapropriação.
Sejamos ainda mais claros: os tais “órgãos federais” não seriam outros senão a Capitania dos Portos e a Companhia das Docas da Bahia, os mesmos que assinaram aquele “acordo” em 1964. Não há como pensar diferentemente!
Há de se notar também que, ultimamente, sente-se no ar um movimento de apoio de certos setores para que a Feira de São Joaquim seja tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como sendo “um bem cultural de natureza imaterial”.
Citam-se entidades como a Universidade da Bahia, o Sindicato dos Engenheiros, a Fundação Cultural Palmares e a própria Secretaria Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e, no caso desta última, ficamos a nos perguntar o que a mesma tem haver com a questão.
No momento, inclusive, está a se provocar atrativos turísticos que a feira teria. Órgãos do setor do estado, consultados, afirmaram, contudo, que a feira não é um produto turístico.
É difícil indicar para turistas um local sem nenhuma segurança, higiene e ordenamento, seja de que tipo for. Saíram de baixo! Teve diretor que disse que não poderia opinar porque nem conhecia a feira, isto é, nunca foi lá.
Ao observador isento como nós, fica a idéia de que já se levantam forças contrárias à idéia da desapropriação, muito natural por sinal, e que um dos pilares desse movimento é tombar a feira mas, para que tal aconteça com mais facilidade, torná-la antes de tudo uma “reconhecida” atração turística nacional e internacional.
No mais é dizer que a feira possui dez quadras, 22 ruas e tem um espaço de quase 100 mil metros quadrados. Existem cerca de cinco mil boxes e perto de 8.000 feirantes. Alguns parecem residir no local.
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